sábado, 31 de março de 2012

A descoberta de Feliz Ano Velho


Eu visitava a casa de amigos da minha mãe quando descobri um dos livros que vieram transformar minha adolescência numa série de questionamentos. Tinha apenas 13 anos ao me deparar com o livro Feliz no Velho, romance autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva.

Diante da estante repleta de livros (algo raro de se encontrar nas casas hoje em dia), acariciava os livros um a um, passeando os dedos entre eles, escolhendo títulos. De repente "Feliz Ano Velho" me captura pelo título. Depois, pela linguagem, coloquial, direta e repleta de palavrões. Na época, no meu universo, somente isso representava uma revolução. E mais, havia um pouco de amor, muito de sexo e uma história de verdade!

Lançado em 1982 - e lido por mim em 83 - o livro foi Best Seller na época. O livro conta a difícil experiência de Marcelo que devido a um acidente (bateu com a cabeça no fundo de um lago) ficou tetraplégico.

Depois de Rubens Paiva comecei a devorar livros. E via o mundo de uma outra forma "sempre com um olhar crítico". E ainda escrevi alguns romances os quais obrigava minhas melhores amigas lerem em voz alta, com pausas e interpretações duvidosas durante nossas madrugadas compartilhadas. Era hilário.

Não, Feliz Ano Velho não foi o melhor livro dos anos 80. Mas foi um dos que provocaram muitas revoluções filosóficas. Vale a pena.

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